Estudos e pesquisas dos últimos anos apontam que o sistema reprodutivo feminino é mais vulnerável ao tabagismo que o sistema masculino.
No Brasil, um estudo realizado entre estudantes de 10 capitais brasileiras, revelou que, em pelo menos sete capitais, as meninas vêm experimentando cigarros em maior proporção que os meninos, sobretudo nas faixas etárias mais jovens.
Até algumas décadas atrás, acreditava-se que os efeitos da dependência do tabaco era mais forte nos homens, mas à medida que novas gerações de fumantes foram chegando verificou-se que, as mulheres são igualmente ou mais suscetíveis aos malefícios do fumo, devido às peculiaridades próprias do sexo, como a gestação e o uso da pílula anticoncepcional. A mulher fumante tem um risco maior de infertilidade, câncer de colo de útero, menopausa precoce (em média 2 anos antes) e dismenorréia (sangramento).
O risco de infarto do miocárdio, embolia pulmonar e tromboflebite em mulheres jovens que usam anticoncepcionais orais e fumam chega a ser dez vezes maior do que o das mulheres que não fumam e usam este método de controle da natalidade. Segundo dados do INCA, o tabagismo é responsável por 40% dos óbitos nas mulheres com menos de 65 anos e por 10% das mortes por doença coronariana nas mulheres com mais de 65 anos de idade.
Fumar durante a gravidez também pode proporcionar, mais freqüentemente, abortos espontâneos, nascimentos prematuros, bebês de baixo peso, mortes fetais e de recém-nascidos, complicações com a placenta e episódios de hemorragia.
A gestante que fuma apresenta mais complicações durante o parto e têm o dobro de chances de ter um bebê de menor peso e menor comprimento, comparando-se com a grávida que não fuma. Tais problemas se devem, principalmente, aos efeitos do monóxido de carbono e da nicotina exercidos sobre o feto, após a absorção pelo organismo materno. De acordo com dados do INCA, um único cigarro fumado por uma gestante é capaz de acelerar em poucos minutos, os batimentos cardíacos do feto, devido ao efeito da nicotina sobre o seu aparelho cardiovascular.
Os riscos para a gravidez, o parto e a criança não decorrem somente do hábito de fumar da mãe. Entre as mulheres que convivem com fumantes, principalmente seus maridos, há um risco 30% maior de desenvolver câncer de pulmão em relação àquelas cujos maridos não fumam. Quando a gestante é obrigada a viver em ambiente poluído pela fumaça do cigarro ela absorve as substâncias tóxicas da fumaça, que pelo sangue são repassadas para o feto. Quando a mãe fuma, durante a amamentação, a nicotina é repassada pelo leite e é absorvida pela criança.
. Cérebro: A nicotina inalada no cigarro atinge o cérebro em 8 segundos,
onde tem um potencial comparável ao da heroína para viciar. De 30% a 50% das
pessoas que fumam desenvolvem algum tipo de dependência e 70% a 90% dos fumantes regulares são viciados.
Apenas 6% dos que tentam parar conseguem ficar mais de um mês sem fumar.
. Pele: O
cigarro diminui o calibre das veias, o que diminui a irrigação sangüínea da
pele e diminui a chegada de oxigênio e nutrientes para as células. O resultado
é um envelhecimento precoce da pele, com rugas em média 20 anos mais cedo que
não fumantes. Entre
as mulheres, o cigarro aumenta em mais de 3 vezes o risco de desenvolver
psoríase, doença sem cura que causa feridas na pele. Entre os homens, ela não
chega a causar a doença, mas agrava os sintomas naqueles que já sofrem com ela.
. Olho: Estudos
mostram que fumar aumenta em até 3 vezes o risco de catarata, doença nos olhos
que diminui progressivamente a visão e é a principal causa de cegueira no
mundo.
.
Garganta: Pigarro não é a única
coisa que o cigarro traz para a garganta. Ele também é o principal fator de
risco para o câncer de garganta, que só no Brasil registra 6 600 novos casos e
é causa de 3 500 mortes por ano.
·
Pulmão: Quem fuma muito tem 20
a 30 vezes mais chances de ter câncer de pulmão. Ele é o câncer que mais mata
homens no Brasil, e, desde 2002, o segundo que mais mata mulheres. De 80% a 90%
dos casos da doença matam em menos de 5 anos. Além disso, o fumante diminui sua
capacidade respiratória e tem maiores chances de ter qualquer doença
respiratória, como bronquite e enfisema.
·
Estômago: A nicotina aumenta a
acidez do estômago e, conseqüentemente, as chances de gastrite e úlcera. As
úlceras demoram mais para cicatrizar e voltam com mais facilidade nos fumantes.
Ah, e o tabaco também é fator de risco para o câncer de estômago, que atingiu
cerca de 26 mil pessoas no Brasil em 2006.
·
Coração: O fumo aumenta a
pressão arterial, diminui a capacidade respiratória e aumenta a coagulação
sanguínea. Resultado: chances 2 a 3 vezes maiores de morrer por doenças
cardiovasculares, como derrame e enfarto. Estudos mostram que o risco de
enfarto é ainda maior entre mulheres, especialmente para as que usam
anticoncepcionais orais.
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Ossos:A osteoporose é um
processo de perda de minerais e enfraquecimento dos ossos, que os deixa muito
mais fáceis de quebrar. O cigarro é um dos fatores que mais acelera esse
processo, mais comum entre as mulheres. Estima-se que uma em cada oito fraturas
da cintura são causadas pelo fumo.
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Sistema reprodutor: O fumo
causa problemas vasculares que aumentam a chance de impotência nos homens.
Entre as mulheres fumantes, ele aumenta as chances de menopausa precoce,
infertilidade e problemas com a menstruação.
Amanda de Melo Oliveira
Vice-Presidente
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